sexta-feira, 29 de novembro de 2019

O Dia Do Idoso

Universidade Sénior de Machico


dia 27 de Novembro 2019

hoje é um dia especial
o dia do aniversário
da junta de freguesia
11 anos se passaram

dias bons e menos bons
estamos a recordar
para dizer obrigado
a quem nos vem acompanhar

o nosso Presidente  Alberto
com o seu doce carinho
merece o nosso respeito
e também o nosso mimo

é preciso ter vocação
para esta grande missão
saber ouvir as pessoas
com tanta reclamação

muitas vezes não compreendemos
o trabalho e o esforço
de estar sempre presente
sendo um jovem moço

esta terceira idade
é difícil compreender
cada um tem uma história
difícil de resolver

mas a nossa grande missão
é o convívio e alegria
de estarmos reunidas
e também fazer folia


partilhar nossas histórias
ensinar e aprender
pois há muita sabedoria
que nós devemos saber

as experiências da vida
são momentos e surpresas
com sorriso e gargalhadas
dá saúde e alivia as tristezas

tanta dor tanto sofrimento
tanta noite mal dormida
quantos passaram por nós
e já estão na outra vida

muitas vezes nos acomodamos
para a tristeza ocultar
inventamos desculpas
para não participar

mas a nossa imaginação
nem sempre está saudável
temos a nossa família
e a vida não está estável

o tempo passa depressa
não há tempo a meditar
estamos tristes e cansadas
por tudo o que se está a passar

quando nos sentirmos bem
devemos aproveitar
o tempo passa e não volta
atrás não podemos voltar

já passou a infância
e também a adolescência
passou o tempo da energia
estamos cá com boa aparência


temos que nos divertir
na casa de chá do Faial
e tomar uns copos
que ninguém nos leva a mal

mais um convivo de alegria
e de muita amizade
agradecer a junta de freguesia
por esta oportunidade

oxalá que para o ano
possamos cá estar presente
a festejar com alegria
e ninguém ficasse ausente

ao nosso Sr Presidente Alberto
com um sorriso e simpatia
o nosso muito obrigado
com esta doce magia

a dr Andreia e a dr Tânia
e a toda a organização
parabéns pelo vosso trabalho
e por toda a atenção

vamos cantar e bailar
com as nossas limitações
vamos esquecer as tristezas
que vão em nossos corações

a nossa mente está cansada
de tantas preocupações
mas temos um Deus de amor
que nos anima e não pede satisfações

cada um tem uma história
uma história escondida
muitos só querem um abraço
para dar animo á vida

é com amor e carinho
que hoje vamos se divertir
e para o próximo ano
nós possamos cá vir

Machico,27 de Novembro ,2019

Lídia Aveiro

















terça-feira, 5 de novembro de 2019

Dia de S Martinho


na vesperal de s Martinho
era uma tradição
de se provar o vinho
com uma grande função

a torneira do barril
já estava de molho
para ficar inchada
para por no torna-doiro

e tinha que estar á mão
a palha de bananeira
que era para amarrar
em volta da torneira

meu pai pegava no martelo
e dava uma pancadinhas
á volta do torno no barril
e logo saia e metia a torneira

por baixo estava uma banheira
aparar o vinho que caia
para nada se perder
e toda a gente bebia

quando o vinho era pouco
só tiravam para provar
e perto da festa
é que ponham a torneira para ficar

quando não tinha a torneira
era muito engraçado
minha mãe tinha uma mangueira
que dava bom resultado

era só destapar por cima
e a mangueira meter
dava uma chupadela
e estava pronto a beber

minha mãe deitava água
com um pouco de açúcar
que era para se beber
pois não havia sumo

mas na noite de S Martinho
aquilo era uma alegria
íamos buscar as tampas as panelas
e fazíamos uma folia

meu avô cantava o xaramba
com os meus tios e meu pai
era quase a noite inteira
aos anos que já lá vai

havia guiado seco
que era para petiscar
e bacalhau era tradição
que era para assar

o bacalhau  era assado na brasa
e tinha um pouco de sal
que dava para beber o vinho
isso já era normal

naquele tempo passado
quase toda a gente tinha vinho
era no barril guardado
que era para s Martinho

agora tudo mudou
ainda fazem s Martinho
mas de uma maneira diferente
de quando eu era pequenina

são grandes os arraiais
mas nada é igual
antigamente era familiar
e de forma natural

com pouco havia festa
o convivo e amizade
era os vizinhos da porta
e não havia vaidade

todos se falavam
e todos davam a mão
era uma amizade
em qualquer ocasião

estavam cansados do dia
do trabalho que faziam
então bebiam um copo
que muito os satisfaziam

era uma classe pobre
mas muito mais generosos
trabalhavam para viver
eram poucos os negócios

cuidavam da sua fazenda
havia sempre que fazer
ao podar a vinha
até a uva recolher

durante esse tempo
tinham que as uvas cuidar
tinha de deitar enxofre
e as folhas apanhar

tinham que ser cuidadas
para dar boa qualidade
não podia ter manga
esta é a realidade

as uvas eram apanhas
e deitada nos cestos de vindima
era carregadas as costas
pois carro não havia

era levado para o lagar
que era do bananeira
ficava perto da estrada
e pertinho da ribeira

depois era feito
e ficava a descansar
para fazer agua  pé
para no garrafão guardar

depois era acartado
e deitado no barril
e levava uma ameixa
que pegavam o lume

quando provam o vinho
tinham que no passar
para tirar a borra
então voltavam a guardar

ninguém faz ideia
o trabalho que o vinho dá
e se beber muito
a noticia é muito má

bate com a cabeça
ainda vai para o hospital
maltratam a família
que é fora do normal

é como tudo na vida
tem de ser com muito cuidado
é bom para a saúde
se ele for bem controlado

com esta minha história
eu vou dar por terminado
pode não ser bem assim
mas foi como fui ensinado

machico,5 de Novembro 2019

Lídia Aveiro





















domingo, 12 de maio de 2019

Jantar da matur e Atlantis 11de maio 2019 casa de chá do Faial

hoje estamos reunidas
na casa de chá do Faial
para o nosso convívio
mais nenhum será igual

já passaram muitos anos
desde o nosso envolvimento
trabalho da Matur e Atlantis
com muito reconhecimento

é um sonho recordar
os tempos que lá trabalhamos
foi muito bom e saudável
por isso nós festejamos

muitos já partiram
e muitos estão ausentes
outros com dificuldades
e muitos estão doentes

nós os que cá estamos
também temos problemas
mas ainda acreditamos
que tudo valeu a pena

os nossos filhos já casaram
e fizeram a sua vida
temos agora os netos
com nossa missão cumprida

os  tempos passam
como passa a primavera
vivemos com alegria
pois nós somos doutra era

sabemos agradecer
e também dar o valor
por tudo o que vivemos
com sacrifício e dor

quando passamos pelos colegas
é uma situação diferente
parece que somos uma família
e que alguns estão ausentes

tenho saudades de muitos
que sempre vou recordar
é pena não estarem cá
para os poder abraçar

mas é bonito se reunir
e reviver amizade
pois são momentos únicos
com amor e lealdade

onde existe tantos problemas
não vale a pena desistir
pois quem sabe para o ano
muitos não possam cá vir

agora quando vejo marchas
que querem reivindicar
lembro me do nosso tempo
que tivemos de lutar

plenários e reuniões
com muitas dores de cabeça
para alcançarmos a nossa indemnização
para termos pão na mesa

há dias foi ver os Flats 2
e parei para pensar
como tudo morreu
sem ficar para recordar

o campo de tênis
a erva foi sua morada
os caminhos e os jardins
pois já não existe nada

temos que viver o momento presente
para podermos descansar
pois o resto é passado
que não dá para recordar

temos mais alguns dias
e o Mundo é bem diferente
os nossos filho pensam ao contrário
muito diferente da gente

por isso nós que cá estamos
foi bom poder recordar
oxalá que para o ano
nós possamos cá estar

a todos desejo paz
amor e compreensão
que vivam com amizade
e alegria no coração

Machico ,11 de Maio 2019

Lídia Aveiro